domingo, 28 de março de 2010

Um dia de Outubro

Pela janela gradeada via a chuva, ou melhor, o calor era tanto, que sentia a chuva, que parecia chorar em coro com ela, ela chorava já nem sabia mais porque, era uma mistura de sentimentos, de vontades, de pessoas. Sempre fez do amor uma imagem totalmente diferente daquele amor que vivia, vai ver que é porque amor não é pra ser imaginado, mas sim sentido, vivenciado. E ela vivenciava um amor a algum tempo, na verdade a muito tempo, e junto com o amor ela também vivenciava ou outros sentimentos que vinham acoplados a ele. Ela vivia a tristeza da dúvida-que-abalava-a-sua-certeza. É muito cruel pra uma pessoa amar a quem tem dúvidas, a quem diz sempre um 'mas' seguido de toda frase. Ela não queria um eu te amo, mas... Ela queria um eu te amo, ponto. É muito estranho, porque ela era uma daquelas meninas que fazia uma imensa projeção do amor, do ser que seria amado, queria que ele gostasse de Chico, Caetano, Gal, que lesse Clarice ou Caio Fernando, que não fumasse e bebesse no máximo socialmente. Mas bastou um olhar, um sorriso, pra ela esquecer da sua receita-de-amor-perfeito, naquele instante a projeção dava lugar ao coração, acabara de sentir o amor.

Um comentário:

  1. é só isso mesmo que a gente quer. Mas as vezes a vida nos reserva coisas até melhores.


    Lindo mesmo Cecília.

    um beijo.

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